Aguarde, carregando...
  • ENDEREÇO

    Rua Dalton Lahn dos Reis, 269, Distrito Industrial - 95112-090 - Caxias do Sul - RS - Brasil

  • TELEFONE

    +55 54 3290.4800

Colheita florestal: qual a diferença entre a manual, semimecanizada e a mecanizada

Engenheiros florestais precisam conhecer uma série de procedimentos — entre eles, a colheita florestal. Em linhas gerais, é o preparo e deslocamento da madeira (ou outra matéria-prima) até o local de transporte por meio do uso de técnicas e padrões preestabelecidos, com o objetivo de transformá-la no produto final.

Esta prática é antiga no Brasil, sendo presente desde a época do descobrimento do país. Na época, foi o que possibilitou a exportação do pau vermelho para as fábricas têxteis localizadas na Europa, prática crucial para o desenvolvimento econômico e social.

De lá para cá, muita coisa mudou. Com o avanço do conhecimento, começaram a usar tecnologias para mecanizar o processo da colheita florestal. Agora, existem três tipos de processo: manual, semimecanizado e mecanizado. A seguir, confira as diferenças entre elas!

 

Colheita florestal manual

Como vimos no início deste artigo, a história da colheita florestal no Brasil remonta desde 1500, sendo crucial para o envio do pau brasil para a Europa. Por muitos anos, o modo manual foi o único utilizado.

Esta metodologia é marcada pela força física e braçal dos trabalhadores, com o uso de machados, serras e facões para derrubar, desgalhar, traçar e empilhar — tudo no mesmo local. Os fustes são traçados em comprimentos que facilitam a extração, o carregamento e o descarregamento.

A vantagem deste método é o baixo custo de aquisição e manutenção dos equipamentos. Porém, há a necessidade de elevado esforço físico e riscos de acidentes, bem como utilização de mão-de-obra com baixa qualificação e baixa produtividade.

Outro ponto de atenção está no número elevado de acidentes, muitos destes fatais. Só nos Estados Unidos, por exemplo, foram 1,09 mortes para cada grupo de 1.000 trabalhadores, contra 0,033 mortes de média em todos os segmentos no país. Já o Brasil registrou 18.934 acidentes de trabalho, entre 2007 e 2016, nas atividades de Produção Florestal – Floresta Plantada, que inclui as atividades de colheita florestal.

Não à toa, esta prática quase não é mais realizada desde 1960, quando chegaram as primeiras motosserras. As exceções são áreas muito pequenas, com baixo volume, ou em condições em que a topografia não permite a entrada de máquinas.

 

Colheita florestal semimecanizada

Este tipo de modelo é muito usado em:

Demandas e propriedades menores;
Produtores rurais;
Áreas de fomento;
Empresas que não possuem capital suficiente para adquirir equipamentos mecanizados e máquinas, mas que desejam atuar no setor florestal.

A principal característica é o uso de motosserra para a execução de derrubada, desgalhamento e traçamento das árvores. É possível alugar essas máquinas ou implementos, ainda mais para empresas que não tem uma grande rotatividade ou projetos. Além disso, é possível ter o auxílio de ferramentas manuais para a execução do desgalhamento — é justamente a mistura de técnicas manuais e mecanizadas que dá o nome à prática.

Existem diversas vantagens deste tipo de colheita florestal. Podemos citar o baixo custo de aquisição, limite do diâmetro de corte elevado, possibilidade de uso em qualquer tipo de terreno, execução de todas as fases do corte com uma só máquina e elevada produção individual, se comparado ao corte manual. No entanto, é necessário levar em consideração desvantagens como:

Elevados riscos de acidentes e esforço físico;
Ergonomia inadequada;
Baixa produtividade em relação ao mecanizado;
Impossibilidade de trabalhar em turnos.

Também é preciso dar treinamentos para os operadores executarem suas tarefas com qualidade, elevada produtividade e segurança. Os colaboradores devem receber os equipamentos de proteção individual (EPI’s) recomendados e garantidos por lei[1] : capacete, protetor auricular, protetor facial, vestimenta sinalizadora, luvas, calças com proteção e botas antiderrapante com proteção.

 

Colheita florestal mecanizada

Desde o fim dos anos 90, o setor florestal brasileiro passou por várias mudanças para acompanhar o avanço da economia no país. Entre elas, a implementação de máquinas e equipamentos modernos para atender às demandas dos produtos florestais.

Foi dentro deste cenário que surgiu a colheita florestal mecanizada. O uso de máquinas vem para colher os produtos provenientes do campo, sendo 100% responsável por essa tarefa.

E engana-se quem pensa que o uso desses equipamentos gera desemprego. O que aconteceu, na realidade, é que minimizou os riscos dos trabalhadores rurais e eles puderam se ocupar por outras tarefas, mais recompensadoras e menos perigosas. Outros benefícios da mecanizada são:

 Alto rendimento das operações;
Segurança da produção e bom potencial de reação;
Maior segurança e ergonomia aos operadores;
Possibilidade de trabalhos em turnos;
Redução dos custos de produção.

Ainda que seja uma excelente técnica, também tem suas desvantagens. Não dá para negar que exige um elevado investimento na aquisição de equipamentos e operadores muito bem capacitados. Ao mesmo tempo, há limitação quanto aos diâmetros máximo e mínimo das árvores.

 

Como escolher a colheita florestal ideal?

Neste artigo, deu para entender que a colheita florestal manual já não é uma realidade e só deve ser escolhida em casos bem específicos. Agora, a dúvida está semimecanizada ou mecanizada.

Tudo é uma questão de entender os custos e necessidades da companhia. Só assim os gestores e engenheiros florestais poderão decidir sobre qual maquinário usar sem comprometer a saúde financeira do negócio.

Se mesmo assim tiver dúvidas, consulte uma empresa especializada e que possa ajudar sua companhia a dar os próximos passos. Se o seu caixa ainda for pequeno e a empresa estiver começando, opte pela semimecanizada. Companhias mais experientes e com saúde financeira mais estável podem se beneficiar da mecanização.